Reportagem no Portal da Faculdade IESB

Ninjutsu mistura defesa pessoal com armas dos ninjas japoneses

Arte marcial com origem no Japão feudal envolve teoria e prática e inclui instrumentos como bastões, espadas, porretes e correntes

Foi-se o tempo em que os ninjas pareciam estar distantes da  sociedade. Antes, vistos apenas nos desenhos, seriados e filmes, quase todos de origem japonesa, hoje eles podem ser encontrados na organização Shinobi Keiko Kai, na 312 sul. Com indumentária um tanto distinta das que os ninjas da televisão utilizavam, os alunos praticantes da arte marcial denominada Ninjutsu recebem treinamento prático e teórico embasado nos conceitos dos soldados dos feudos japoneses. As armas são quase as mesmas. Bastões, espadas, correntes e porretes são usados como objetos para melhorar a movimentação das mãos e braços, garantindo a habilidade necessária para colocar em prática os golpes e as finalizações do esporte, se for preciso. Não existe, no entanto, contato físico enquanto são manuseadas.


O sensei Renan Zerbini, professor há mais de 20 anos, conta que o esporte apesar da origem antiga continua a se adequar à modernidade, fazendo com que utensílios usados comumente possam se tornar armas de defesa. “Bolsa, caneta, chave ou cinto podem ser utilizados em um eventual ataque, seja para imobilizar ou se livrar de uma situação”. Zerbini salienta que o Ninjutsu é uma arte que nasceu para a defesa e deve ser utilizada para tal. “No Japão feudal havia a necessidade de defender o território e diante da dificuldade em possuir soldados e armas de alto valor, os feudos usavam treinamentos específicos para homens invadirem castelos sem serem percebidos e, portanto, para não entrarem em conflito”. Apesar da utilização de armas, o professor garante que o esporte pode ser praticado também por crianças. “As armas dão desenvoltura e independência para as mãos quando for necessário utilizar movimentos complexos”.

Desde 2011 o aluno Nicolas Brandt, 19, é adepto do Ninjutsu como esporte e técnica de defesa. Ele começou por influência do tio que era sensei, e conta que algumas técnicas não são passadas por envolver quebra de ossos. Outras são ensinadas apenas após a conquista da faixa-preta. “Estrangulamentos e finalizações foram adaptadas para a defesa contra facas ou armas de fogo, situações que no Japão feudal não existiam. Existem armas que também são passadas para quem é faixa branca, dependendo da altura da pessoa”. Nicolas ressalta que são mais de 18 armas, diversos tipos de técnica que vão desde o solo até torções. “Cada nível de faixa que você atinge tem uma arma diferente, o que demanda muito conhecimento para atingir de forma completa o domínio da arma e para posteriormente conquistar as outras que virão”.

O sistema de graduação do Ninjutsu segue o padrão denominado Kyu/Dan (Ano/Nível). No qual o aluno necessita passar por um ciclo de nove graduações até atingir a faixa-preta. Ao contrário do que se imagina, não significa o fim, mas o início de uma nova contagem. “Quando chega na faixa-preta ainda existe um sistema que vai até o 10º Dan. Algumas escolas já usam um formato que vai até o 15º Dan. É um aprendizado eterno, um conhecimento que não se limita às cores das faixas”, completa o sensei Renan.

A Shinobi Keiko Kai possui duas unidades em Brasília. Na 312 sul, dentro do Studio de Dança Regina Maura, e no Guará II na quadra 15, conjunto M, casa 02.

Por: 
Guilherme Augusto
http://jornalismo.iesb.br/2016/06/19/ninjutsu-mistura-defesa-pessoal-com-armas-dos-ninjas-japoneses/

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